Em 2020, a Total — uma das maiores companhias globais de energia — oficializou sua entrada no território do futebol brasileiro ao anunciar o patrocínio ao Clube de Regatas do Flamengo. Essa não era apenas uma associação de marca. Era um movimento simbólico: a união entre duas forças reconhecidamente populares e globais, cada uma à sua maneira. De um lado, uma gigante energética que busca se posicionar como moderna, vibrante e conectada com o futuro. Do outro, uma das torcidas mais apaixonadas e engajadas do planeta.
A missão era transformar esse anúncio em algo mais do que institucional. Ele precisava fazer parte da cultura do torcedor, gerar identificação, entusiasmo e — acima de tudo — respeitar o imaginário construído ao redor do clube. Para isso, desenvolvemos uma mini campanha para redes sociais, posicionada como uma celebração da energia, do movimento e da paixão.



“Energia Total” como
metáfora de pertencimento
A assinatura criativa “Energia Total” surge não apenas como um trocadilho com o nome da patrocinadora, mas como um conceito de fusão emocional. A campanha parte da ideia de que torcer é um ato de energia: é vibração, é entrega, é conexão — valores esses que também definem o próprio setor de atuação da Total. Ao afirmar que “O Flamengo voltou com força Total”, colocamos a marca como combustível simbólico dessa volta, sem jamais roubar o protagonismo do time ou da torcida.
Esse gesto de respeito é fundamental em uma era de marcas mais conscientes: em vez de tentar “tomar posse” do clube, a Total se coloca como parte de uma engrenagem emocional coletiva, amplificando o que já está lá, e não inventando do zero.
Visual impactante
com base cultural
Visualmente, a campanha se apoia em uma composição que mistura três elementos centrais:
Fotografia de ação: imagens dos jogadores em momentos de explosão física e emocional reforçam o senso de movimento e vitalidade. A escolha por manter o fundo parcialmente dessaturado, destacando o vermelho e o preto, é uma maneira de isolar e exaltar o que realmente importa: o Flamengo.
Tipografia expressiva e oversize: o uso de letras grandes, quase gritando em segundo plano, remete à linguagem dos estádios, dos cantos da torcida, da presença física. A repetição da palavra “MENGO” em fundo vermelho não é apenas decorativa — ela simula o eco das arquibancadas, trazendo a voz da torcida para dentro da peça.
Textura e colagem: o uso de recortes, sobreposições e “rasgos” visuais remete à estética urbana, como se as peças fossem feitas de camadas sobrepostas em um muro de rua. Essa linguagem aproxima o conteúdo da cultura popular e dialoga diretamente com a alma de uma torcida que se vê nas ruas, nos bares, nos trens, nos murais improvisados — e não apenas nas vitrines digitais.